segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

JANTAR DOS PAIS NATAL


Caros amigos confrades...

O Natal está à porta, e como não pode deixar de ser, temos (por obrigação lolol) que realizar o JANTAR DOS PAIS NATAL. Proponho que se realize sábado, em lugar e hora aberto a sugestões.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Colecção Roupa Interior CONFRARIA DO PETISCO

Caros Confrades,

É com o maior prazer que informo que foi lançada a colecção de ROUPA INTERIOR CONFRARIA DO PETISCO (para ela e para ele).
Caso ainda não tenham encontrado a prenda / surpresa de Natal mais adequada, aqui fica esta optima sugestão!

Em breve será lançada a colecção infantil, para que os mais pequenos comecem, desde cedo, a dar a devida importância ao momento do petisco... entendendo, assim, a justificação mais que justa para as ausências paternais em dias de PETISCO!

Saudações Petisqueiras!


para ela
a CUECA para verdadeiros CONFRADES
BRANCA para não restarem DÚVIDAS
o ALGODÃO não ENGANA

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

JANTAR PAIS NATAL 2008

Caros confrades,
Nesta época natalícia e festiva é costume fazermos um jantar de natal entre amigos.
Assim sendo sugiro que o jantar aconteça no próximo dia 12, em local adequado...
Aceitam-se sugestões de locais para a realização deste momento de confraternização. (deixar as sugestões aqui nos comentários)
Um sítio público ou fazemos um jantar particular levando nós a comida?
Não se esqueçam das prendas para troca...
o tecto financeiro, das mesmas, é aproximadamente 5 euros.
Saudações petisqueiras!

ORAÇÃO de QUINTA véspera de SEXTA


sábado, 26 de abril de 2008

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Onde ir quando apetece fumar um cigarro, dentro de portas, em Lisboa?

06.01.2008, Sara Capelo, Jornal Público
Conheça alguns cafés, restaurantes, bares e discotecas da capital onde fumar ainda é um prazer. Nestes, o espaço definido para fumadores é, como a lei prevê, muito menor
Iniciar o dia tomando um café na pastelaria do bairro, onde sempre puderam ler o jornal acompanhados por um cigarro. Fumar no fim do almoço diário com os colegas de trabalho ou numa saída à noite. Estes são prazeres que os lisboetas fumadores sentem ter perdido com a Lei do Tabaco, depois de a maioria dos proprietários de pastelarias, restaurantes, bares e discotecas terem optado por estabelecimentos sem fumo. Daí que os clientes do restaurante Páteo, próximo do Poço do Bispo, fiquem espantados quando, à entrada, o empregado lhes pergunta: "Fumadores ou não fumadores". On-tem, a maioria - incluindo alguns fumadores, que se denunciavam pelos maços em cima das mesas - optava pelo espaço definido como sem fumo. Sete pessoas ocupavam o outro. Entre eles, um grupo de cinco amigos: dois fumadores e dois ex-fumadores. Não foram precisas obras para cumprir as exigências da lei: o restaurante estava naturalmente dividido em duas áreas desiguais, os sistemas de extracção, insuflação e climatização já existiam. Mesmo assim, o proprietário, Pedro Fonseca, não sabe se manterá as duas zonas: "Se continuar a ver que a área para fumadores é um desperdício, posso passar tudo a não fumadores". O que tem acontecido, diz, é que as pessoas que não fumam ocupam aquela área, quando a sala maior está cheia. À semelhança do Páteo, a maioria dos restaurantes onde fumar é permitido optou pela criação de dois espaços. É o caso do Mercado do Peixe, no Caramão da Ajuda, do Gambrinus, na Rua das Portas de Santo Antão, do Pabe, na Rua do Duque de Palmela, do Café de São Bento, em frente à Assembleia da República, e da Cervejaria Portugália, na Avenida do Almirante Reis e no Cais do Sodré. O mesmo fizeram os sócios da pas-telaria Olá, Bom Dia, em Picoas. Éaí que Ana Sofia Bernardeco, de 17 anos, e Maria Inês Duarte, de 16, se refugiam agora. As duas estudantes tiveram "grandes dificuldades" para descobrir um café onde pudessem matar o vício enquanto conversam. Às 10h30 de sexta-feira, são as únicas clientes na zona de fumadores, que já estava definida desde a abertura do café há dois anos."Por mim, pode-se fumar"Para quase todos os estabelecimentos, estes primeiros dias de adaptação têm corrido bem. Ainda assim, Alexandra Coelho, do Piazza di Mare, considera que o fumador está a ser penalizado: porque a sua área "é muito inferior e devia ser 50/50." A área do restaurante da Avenida de Brasília, junto ao Tejo, permitirá aos seus responsáveis ponderarem "o alargamento da área de fumadores caso se registem muitas queixas", explica Alexandra Coelho.Sair à noite também pode ser um problema. Alguns bares e discotecas, como o Bar do Bairro, no Bairro Alto, o Sabor a Brasil, no Parque das Na-ções, e o Lux, próximo da Santa Apolónia, criaram áreas próprias para fumadores. Outros excluíram o fumo. Ainda é cedo para avaliar as consequências, mas, para Pedro Fradique, da discoteca Lux, depois do período de adaptação, "fumadores e não fumadores vão ficar satisfeitos". Aqui, só se pode fumar em 30 por cento do espaço e nas varandas e terraços exteriores. Para informar os clientes, criaram flyers distribuídos aos clientes na entrada e plantas dispostas em diferentes locais do edifício. O gerente do Snob, Albino Oliveira, diz que ainda não fez as obras ne-cessárias, mas garante que estão pa-ra breve. Os dísticos exigidos pela Aresp já estão à vista de todos. "Por mim, pode-se fumar. Isto é um bar e eu não posso correr com as pessoas", diz o gerente. "Tenho que optar pelo bem dos clientes - muitos são jornalistas - que chegam às 21 horas, ficam à espera de alguém e depois só saem às duas horas".

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

hoje - LUIZ PACHECO - porque morreu e porque me apeteceu...

Já era livre muito antes da liberdade do 25 de Abril. Foi livre na cama-jangada de Comunidade, onde chegaram a ser cinco corpos enroscados. Luiz Pacheco respirava com todos esses pulmões. Foi o primeiro escritor da sua própria vida e o primeiro editor de muitos grandes. O P2 falou com figuras que se atravessaram no seu percurso. Nas páginas seguintes, textos de Vítor Silva Tavares e Rui Zink. Por Alexandra Lucas Coelho.
Só uma "amiga à séria" dirá de Luiz Pacheco o que diz a actriz Lia Gama: "Mas ele na realidade já estava morto. Não podia escrever, não podia ler. Que vá com os anjos." Luiz José Machado Gomes Guerreiro Pacheco, primeiro editor de grandes autores portugueses e primeiro escritor da sua própria vida, morreu no sábado à noite, aos 82 anos, entre a casa de um filho e o Hospital do Montijo. Segundo a família, a morte aconteceu na sequência de um estado de debilitação geral. No último ano, Luiz Pacheco vivera no Montijo, primeiro em casa desse seu filho, João Miguel, depois num lar, e nos últimos dias de novo em casa do filho. O corpo fica em câmara ardente na Basílica da Estrela a partir das 18h de hoje, e amanhã, após uma missa - a pedido de uma filha -, segue, às 18h45, para o Cemitério do Alto de São João, onde será cremado.Era asmático desde criança - chegou a dizer numa entrevista que pensara não passar dos 21 anos -, e foi internado mais do que uma vez para curas de desintoxicação alcoólica. Mas, diz Lia Gama, pareceu sempre ter "muita saúde". Lisboeta da Estefânia, Luiz Pacheco nasceu a 7 de Maio de 1925 numa família sem grandes meios. Nas suas palavras, o pai era "um teso", um funcionário público que devia às criadas e à mercearia. Pacheco, futuro libertino, contou várias vezes que se estreou sexualmente "com uma puta de vinte escudos" da Mouraria que ao mesmo tempo comia uma maçã. Antes terá sido molestado sexualmente por um homem. Aos 18 anos dormia com uma rapariga de 14, o que lhe valeu acusação de estupro e resultou em casamento (veio a ter três filhos da primeira mulher, dois de uma segunda, três de uma terceira). Passou pela Faculdade de Letras, Filogia Românica, onde terá sido bom aluno, antes de desistir. Empregou-se como agente fiscal da Inspecção Geral de Espectáculos, mas por pouco tempo. Começou a escrever em jornais e revistas, da Seara Nova ao Diário Popular, e em 1950 fundou a editora Contraponto, onde publicou, apesar da censura, aquilo de que gostava e em que acreditou, em muitos casos como um visionário. O Amor em Visita de Herberto Helder", como O Manual de Prestidigitação, A Pena Capital ou Discurso sobre a Reabilitação do Real Quotidiano, de Mário Cesariny. Ou Natália Correia, Raul Leal, António Maria Lisboa e vários outros surrealistas. João Gaspar Simões chamou-lhe "sacristão do surrealismo". Ele preferia dizer-se "neo-abjeccionista".Anarca de natureza e comportamento, fez-se militante do PCP, de falar em querer bandeira no caixão e ter quotas em dias. "Eu já era muito livre antes da liberdade do 25 de Abril", disse uma vez.Já depois dos 70, andava com um frasquinho de comprimidos de nitroglicerina no bolso. Se o suicídio o assaltasse, era só tomar. Teve sempre tão pouco dinheiro que chegou a andar vestido de jornais debaixo da gabardine para aquecer. E calça curta a deixar ver tornozelos esqueléticos. Viveu de colaborações, dos livros que fazia, passou a ter um subsídio do Estado, por intermédio de António Alçada Baptista, e recebeu apoios de mecenas amigos, como Mário Soares."Volta e meia eu ia levar dinheiro ao Pacheco, quando ele tinha dificuldades, precisava de mudar de óculos ou outra coisa", conta José Manuel dos Santos, então assessor de Soares. "Tinha que ser em notas, porque ele não sabia ir a bancos." Pacheco, diz, era não só um homem de uma cultura solidíssima como muito actualizado. "Essa face revela-se menos, porque ele fazia aquelas coisas provocatórias. Mas tanto tinha lido o Padre AntónioVieira como o Roland Barthes."Tal como podia dizer mal de Mário Cesariny mas "tinha uma grande admiração por ele", apenas "achou que o Cesariny se tinha integrado excessivamente nas normas".Uma das obras-primas de Luiz Pacheco, o conto Comunidade é dedicada a Cesariny, "poeta do corpo". E recentemente, no primeiro aniversário da morte do poeta, Pacheco e Cruzeiro Seixas reuniram-se para fazer uma edição especial desse livro, o da cama-jangada, ele, mulher e filhos ("Somos cinco numa cama. Para a cabeceira, eu, a rapariga, o bebé de dias; para os pés, o miúdo e a miúda mais pequena. Toco com o pé numa rosca de carne meiga e macia.")"O Pacheco fazia e desfazia em relação aos outros e a si próprio", nota José Manuel dos Santos. "Não levava às últimas consequências a encenação do seu mito. Nas entrevistas desfazia tudo. Percebia que havia o perigo de assumir uma espécie de estátua de transgressor da literatura. Tinha esse sentido satírico em relação a si próprio. Era o seu impulso natural. Não fazia atitude."Por exemplo, aponta, em O Libertino Passeia Por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor, um dos textos mais conhecidos de Pacheco, "é o engatatão mas também engata um magala, até nisso há um desfazer da linha libertina de Sade e Casanova".Aliás, em O Libertino... o que é que restava?, perguntava o próprio Pacheco. Uma masturbação. Era o fim. A sós ou acompanhado, como em O Teodolito - que Pacheco considerava o seu melhor texto - um livro que termina com Umbelina a "bater-lhe a punheta" "como se embalasse um filho" ou "desse o último aperto de mão, pela última vez se despedisse de um condenado".A cama-jangadaA Luiz Pacheco, para Casanova e Sade faltaram-lhe títulos, farpelas - possivelmente, sobretudo, a natureza. Era um vagabundo chaplinesco arraçado de libertino, a celebrar o corpo chamando as coisas sempre pelos nomes, num primoroso português de quem leu muito e bem, com a desfaçatez de um fura-vidas. Quis ser marinheiro mas nunca aprendeu a nadar, contava, rindo de si próprio, ou de nós, ou talvez não. Foi levar o então grande amigo José Cardoso Pires ao cais e ficou a ver navios. O seu barco foi a cama-jangada, a da Comunidade ("A cama é larga, de madeira, alta, gingona, parece uma jangada. Eu comparo-a a uma jangada, onde vamos nós cinco, cercados de noite, de ventos, de ondas caprichosas, perigos desconhecidos. É uma imagem literária esta, a da cama-jangada: a literatura, a quem muito, sofregamente lê, dá isto: comparações para tudo, referências imprevistas, casos, tipos, situações paralelas que já houve ou foram inventadas, uma outra vida ou realidade como a nossa, de todos os dias e que se infiltra no sangue, ferve na memória sem que a gente dê por isso. Não ajuda a viver, é certo, porque nada ajuda a viver, antes a figurar-se. Permite, talvez, uma certa coerência [interior]. Não é importante, afinal - mas que será importante, afinal?").Fez os seus livros e os dos outros. Editor, antes de escritor, se quis, em entrevistas.Há assim vários Luizes no Luiz que deu à cultura portuguesa 82 anos soltos de convenção.O alfarrabista Luís Gomes conheceu-o há uns 15 anos, através de Ricarte-Dácio de Sousa, um surrealista que se suicidou nos anos 90. "Ficámos muito próximos depois da morte do Dácio." Luiz Pacheco passava muito pela livraria e dele Luís Gomes guarda sobretudo o olhar, "apesar daquela grossura de lentes", isto num homem muito míope, para o fim quase cego, que nunca quis experimentar o laser por medo. "Aquela libertinagem toda à volta do Luiz, ele no fundo não era bem assim, era um homem afável, tinha sentimentos. Fazendo os devidos descontos, não tendo que estar a fazer a sua personagem, não tendo uma audiência, o Luiz era um gentleman. Nessas conversas mostrava delicadeza. Um dos nossos temas era o Dácio. E ele falava dele com uma ternura e uma elevação que não se compadece com aquelas coisas que escrevia. Era um tipo doce."Depois, há o Luiz escritor que "punha muito bem toda a sua vida em papel como nunca se fez em Portugal", o Luiz leitor com uma "cultura fantástica", e o Luiz editor "vastíssimo, que publicou tudo o que hoje são grandes autores e que na altura só ele percebeu".Entrevistas em breveAinda este mês deverá sair na Tinta da China um volume com entrevistas de Luiz Pacheco organizado por João Pedro George, que também está a preparar uma biografia, para apresentar como tese de doutoramento. "É uma experiência de vida incomum, muito longe das convenções sociais. O maior biógrafo dele é ele. Aquilo que vivia era para escrever."Entre o que viveu estão os seus amores com raparigas tão novas, como a sua primeira mulher de 14 anos, à luz de hoje, demasiado novas. Ontem, no site do Público, um leitor escrevia que "branquear a sua promoção da pedofilia é desonesto". João Pedro George ressalva que "algumas partes da sua vida hoje seriam passíveis de serem consideradas crime, mas tem que haver uma contextualização no tempo"."As miúdas eram mais adultas do que eu, não havia pedofilia nenhuma", respondeu uma vez Luiz Pacheco numa entrevista, e repetiu o mesmo noutras.Além disso, lembrava, "o libertino tem regras". Por exemplo, não se mete com a mulher do amigo.Cândido Ferreira, que encenou Comunidade, conheceu-o nos anos 60, quando ele vivia numa cave na Estefânia. Conta que Pacheco nunca quis ver um ensaio da peça e nem foi à estreia. "Tinha medo. Mas apareceu no segundo dia e adorou. Depois foi várias vezes, levando amigos." Anabela Almeia, que fez o guião de Mais um dia de noite, documentário sobre Luiz Pacheco, ontem reexibido na RTP, diz que ele nunca o quis ver, nem depois de concluído, quando ficaram próximos e ela lhe levava DVD, nas visitas. "Tinha medo de se emocionar."Lia Gama, "companheira de muitas histórias que metem muita bebezana, muito tintol e bejecas", conheceu-o por carta, estando ela em Paris e sendo ele amigo de um amigo dela. "Escrevia-nos a pedir roupa e latas de conserva para as crianças da Comunidade". Os filhos.Foi ela quem lhe levou cadernos de capa dura da Papelaria Emílio Braga. "Quando o Vítor Silva Tavares lhe editou o Libertino, eram 500 exemplares assinados pelo autor, e eu e o Vítor fomos com os caixotes ao Hospital de Santa Marta, onde ele estava por causa dos pulmões. Queixou-se que tinha dificuldade porque o papel dobrava-se nos joelhos quando tentava escrever. Então passei pela Emílio Braga e vi aquelas cadernos de contas encadernados e levei-lhe dois. Segundo ele, foi aí que começou a escrever os diários."Estava Lia Gama a fazer As Lágrimas Amargas de Petra von Kant no Teatro da Graça e ele disse-lhe que a ia ver. Ela não acreditou. "Um dia cheguei e tinha lá um enorme ramo de cravos. Ele foi mesmo, mas chateou-se e saiu a meio."Libertino ou libertário? "Libertino, libertário e anarca, mas sobretudo um homem de cultura, de inteligência, irreverência, contestário e que faz muita falta à cultura. Não se esqueçam que foi ele o primeiro editor do que não se podia editar naquelas anos 50 terríveis."Lia Gama estranha a basílica e a missa. "Não tenho nenhum intreresse em ir ao funeral, porque nem ele nem eu gostávamos de folclore. A basílica, para ele é igual, mas eu acho que estaria melhor no Palácio Galveias. Mas vou à basílica dizer-lhe adeus."Em Comunidade, Pacheco escreve: "Mas a minha força é grande. Respiro ao mesmo tempo por cinco pulmões: quatro corações jovens (certeiros e cheios) com muitos anos de corda para badalar, batem ao lado do meu e dão-lhe ânimo e companhia, eia! sus! avante! Para mais uma jornada." E a seguir: "Somos puros. Sabemos e cumprimos. Bem-aventurados somos e vós, também. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis, se as praticardes." E em Teodolito: "Escrevo como um profissional, à linha, as palavras pouco importam, são ambíguas e inúteis. As palavras não somos nós. E tu, leitor, és um pretexto: testemunha, confidente, cúmplice, vítima ou juiz, jamais nos conheceremos, jamais saberás quem sou, onde te minto, onde chorei, onde nos podíamos ambos rir a bom rir da nossa pavorosa condição de gente morta ou gente que vai morrer." Aquele ponto em que a vida se solta da morte.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A GEOMETRIA DO A4

Após alguns momentos de discussão "saudável" sobre o porquê da medida das folhas A4 utilizadas por todos nós no nosso dia a dia, aqui fica um pequeno esclarecimento, que pode ser útil para todos nós... quem sabe numa proxima discussão.
Aqui fica a explicação do porquê da Geometria do A4...
O formato do papel que utilizamos nas fotocopiadoras e impressoras, e que se generalizou a cartas e blocos, tem uma designação curiosa: chamamos-lhe A4, um formato utilizado em quase todo o Mundo. As folhas medem 210 milímetros de largura e 297 de altura. Uma medida estranha, pois parecia mais lógico que medissem um número redondo. Por que não 20 e 30 centímetros, por exemplo?
Essas medidas bizarras resultam de uma convenção muito pensada, que o nosso país adoptou em 1954, ainda no sistema alemão DIN (Deutsches Institut für Normung e.V.). Formalizaram-se depois na norma ISO 216 da International Organization for Standardization. Segundo essa norma, há uma série de formatos básicos de papel que começa no A0, o maior, decresce para o A1, o A2, o A3..., parando, na prática, no minúsculo A10, de 26 por 37 milímetros. Todos esses formatos são construídos de forma a obter o formato de número superior dobrando ao meio uma folha. Isso quer dizer, por exemplo, que dobrando o A0 se obtém o A1, e que dobrando o A4 se obtém o A5. Mas há na norma muito mais do que isso. Os formatos estão construídos de forma a manter sempre a mesma proporção entre os lados do papel. As dimensões são arredondadas ao milímetro, o que fornece uma aproximação bastante razoável.
A regra é muito prática, sobretudo nas fotocópias. Colocando lado a lado duas folhas A4 e escolhendo o modo de redução, é possível que cada das folhas originais seja fotocopiada precisamente para metade da folha A4 resultante. É fácil ver que nem todos os formatos permitiriam a mesma proeza. Se as folhas originais fossem quadradas, por exemplo, e quiséssemos fotocopiar duas, com redução, para outra folha quadrada, teríamos de desperdiçar metade da folha da cópia. No A4, como a proporção se mantém quando dobramos a folha a meio, não há desperdícios.
Que formato têm que ter as folhas para manterem as proporções quando as dividimos ao meio? Basta fazer umas contas simples para o descobrir. Os lados do rectângulo têm de estar na proporção de um para raiz de dois (aproximadamente 1,4142). Não há outra solução. Faça o leitor as contas e verá que 210 x 1,4142 = 296,982, praticamente 297. Encontrámos as proporções do A4.
Tudo isto obedece a uma lógica perfeita, mas é preciso definir o ponto de partida. Como é construído o A0? Curiosamente, também este não é arbitrário. Foi definido com lados na proporção de um para raiz de dois, como teria de ser, mas acrescentou-se-lhe a restrição de ter área equivalente a um metro quadrado. Com isto, o sistema ficou perfeitamente definido. Por sorte, daí resultou um A4 que tem um formato ideal para os trabalhos de escritório.Para calcular o peso de uma resma de papel, por exemplo, estas normas facilitam as contas. O peso, a «gramagem», como dizem os profissionais, vem referido ao metro quadrado. É habitual usar, por exemplo, o papel de 75 gramas por metro quadrado. Quer isso dizer que uma folha A0 desse papel pesa 75 g. Como no A0 existem 16 A4, basta fazer umas contas simples para verificar que uma resma (500 folhas) de A4 pesa 2343,75 gramas.
O sistema definido pela norma ISO 216 tem ainda duas outras séries de formatos. É a série B, destinada a envelopes contendo documentos com folhas da série A, e a série C, destinada a envelopes ligeiramente menores, que podem conter menos folhas. Assim, por exemplo, se o leitor quiser um envelope para enviar uma brochura A4, deve usar um envelope B4 (250x353). Se quiser enviar um pequeno documento A4, deve adquirir um envelope C4 (229x324). Assim saibam os vendedores o que estão a vender.
Mas nem as dimensões exactas dos envelopes escapam à lógica matemática. Para definir o sistema B, usa-se a média geométrica entre dois formatos A consecutivos. Assim, por exemplo, para definir o envelope B4, calcula-se a média geométrica entre as dimensões do papel A4 e as do A3. Para definir o formato C usa-se um processo semelhante. O envelope C4, por exemplo, define-se pela média geométrica entre os formatos A4 e B4.
A média geométrica é uma média, diria La Palisse, dando pois dimensões intermédias entre os valores extremos. Mas é uma média peculiar. Obtém-se tirando a raiz ao produtos dos dois valores. Por isso mantém as proporções relativas. Assim, B4 está para A4 tal como A3 está para B4.
Todo este sistema complexo evoluiu ao longo dos séculos, vindo-se a impor em quase todo o Mundo. Ao que se julga, a primeira pessoa a ter a ideia de normalizar o papel com regras semelhantes foi um professor de Física alemão chamado Georg Christoph Lichtenberg (1742-1799). Numa carta que escreveu em 1786 ao seu amigo Johann Beckmann, discorreu sobre as vantagens estéticas e práticas de utilizar papel em que os lados estivessem na proporção de um para raiz de dois. Sobre as vantagens práticas estava mais que certo, mas sobre as estéticas é duvidoso. Os técnicos gráficos sabem que estas séries não são esteticamente aconselháveis para cartazes ou magazines. Nem os «posters» que se vêem pela rua nem as revistas do EXPRESSO utilizam os formatos da norma ISO 216. Essa é uma das razões que levam os norte-americanos a não abandonarem o formato «letter», que utilizam há muitos anos e que mede 8 por 11 polegadas (aproximadamente 216 x 279 mm).
As vantagens práticas do método de Lichtenberg, contudo, são tão evidentes que o governo francês decidiu adoptá-lo logo após ter instituído o metro. Em 1794, a «Loi sur le Timbre» definiu vários formatos que correspondem à actual norma ISO. Instituiu o «grand registre» (actual A2), o «grand papier» (B3), o «moyen papier» (A3), o «petit papier» (B4), a «demi feuille» (B5) e o «effets de commerce» (1/2 B5). Só faltava o A4.
A norma ISO é hoje adoptada em quase todo o Mundo. Quando pegar num A4, leitor, lembre-se que está a pegar numa peça com uma história matemática distinta.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

JANTAR DOS PAIS NATAL

Caros amigos confrades...

Nesta época que se aproxima, recorremos sempre a mais uma "desculpa" para saborearmos um belo petisco. O Natal está à porta, e como não pode deixar de ser, temos que realizar o JANTAR DOS PAIS NATAL. Proponho que se realize hoje, em lugar e hora a confirmar.
AGUARDO CONFIRMAÇÕES - AGUARDO CONFIRMAÇÕES - AGUARDO CONFIRMAÇÕES
AGUARDO SUGESTÕES - AGUARDO SUGESTÕES - AGUARDO SUGESTÕES
NÃO SE ESQUEÇAM DAS PRENDINHAS. Não vale trazer prendas que já lhe sairam em anos anteriores.

Senão ainda calha a alguém um tira pelos do nariz automático, já com um ano de uso intensivo.

Tomei a liberdade de convidar umas amigas para este jantar de pais... apresento-as na foto...
alguma objecção à participação destas duas mães natal no nosso jantar??????????????????

terça-feira, 29 de maio de 2007

BREVES

Dentro em breve teremos petiscos quentes e frios, doces e salgados mas sempre bons.
Pedimos desculpa por este interrupto momento.
Até Breve

Confraria do Petisco
Alente - Portugal

segunda-feira, 23 de abril de 2007

JANTAR DA LIBERDADE

Amanhã, dia 23 de Abril 07, realiza-se um jantar em Amieira (restaurante Aficionado), marcado na sexta feira passada em Beja, por mim e pelos meus companheiros de exame de acesso à Escola Superior Agrária de Beja. Ainda nem sabemos se entramos ou se somos admitidos e as comemorações já começaram. É uma bom indicador (digo eu).

Da minha parte, cabe-me convidá-los a aparecerem para um degustar uns grelhados, por 8 euros, com direito a garrafa de whisky e sobremesa.

Aceitam-se inscrições para a viagem ser repartida.

Abraços confrades!

sexta-feira, 2 de março de 2007

PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA IR AO PETISCO COM OS AMIGOS

Nome do marido: _______________________________________
Solicito autorização da autoridade competente para sair com os meus amigos durante o seguinte período:
Data:__/__Hora de saída:__:__Hora LIMITE retorno: __:__
Em caso de obter autorização, prometo por minha honra ir somente aos lugares indicados em baixo e às horas também indicadas. Comprometo-me a não me relacionar com nenhuma mulher. De facto no dirigirei a palavra a nenhuma mulher salvo a as indicadas em baixo. Não desligarei o meu telemóvel sob nenhum pretexto. Consumirei a quantidade de álcool permitida e em caso de risco de supera-la telefonarei primeiro para um táxi e depois a TI. para solicitar a pertinente autorização adicional. Aceitarei que, inclusive obtendo a autorização, minha esposa reserva-se o direito de não dirigir-me a palavra e fazer-me a vida impossível durante a semana seguinte.
Álcool permitido (unidades):
  • Cerveja: ___
  • Vinho: ____
  • Licor: ____
  • Total: ____
Lugares permitidos :
  • Lugar: _____________ Desde: __:__ Até: __:__
  • Lugar: _____________ Desde: __:__ Até: __:__
  • Lugar: _____________ Desde: __:__ Até: __:__

Mulheres com autorização para falar : ____________________

(excepto empregada)

IMPORTANTE – CLAUSULA DE TOP-LESS: Independentemente do contacto feminino permitido previamente, é absolutamente proibido realiza-lo com uma mulher nua ou em top-less. A violação desta cláusula justificará imediatamente o fim da nossa relação.

Sou consciente de quem usa as calças em casa e estou de acordo que não sou eu. Entendo que esta saída com os meus amigos me vai custar uma fortuna em bombons e flores. Tu te reservas o direito de usar o meu cartão de crédito à vontade. Adicionalmente prometo levar-te a um concerto/teatro à tua escolha se me atraso mais de um minuto em relação à hora de chegada indicada.
Quando chegar a casa, prometo não urinar, sem ser na casa de banho, e tentarei não acordar-te nem atirar-te o meu fétido bafo ao pescoço. Não me comportarei como um “bêbado maldito”.

Declaro que, na minha humilde opinião (não comparável com a da minha esposa), todos os dados incluídos nesta autorização são correctos.


Assinado – O Marido: ___________________________

Autorização: APROVADA ____ REJEITADA____

Esta decisão é irrevogável. Se for aprovada, cortar autorização pela linha picotada e leva-la consigo a todos os lugares.

............................................................................................................

Autorização para saída nocturna do meu marido durante o período:

Data: __/__ Hora de saída: __:__ Hora de chegada: __:__

Assinado – a Esposa: _________________________

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

PORTEL - I CONGRESSO DAS AÇORDAS

Caríssimos confrades, aqui está um evento que merece com certeza a nossa mais apurada atenção!
PORTEL - I CONGRESSO DAS AÇORDAS

de 2 a 4 de Março 2007

A Câmara Municipal de Portel vai realizar de 2 a 4 de Março, o I Congresso das Açordas uma iniciativa que pretende divulgar e valorizar um dos pratos mais característicos, rico e variado da gastronomia alentejana – a açorda.

Com esta iniciativa pretende-se valorizar o património gastronómico da nossa região, divulgando um dos pratos que mais marca a identidade cultural dos alentejanos, não só pelo papel fundamental desempenhado ao longo da história, mas também pela sua diversidade e importância nutricional.

Palestras, gastronomia, exposições e muita animação, são iniciativas que vão preencher o primeiro fim-de-semana de Março, em Portel.

Programa disponível em:






sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

CONFRARIA DO PETISCO NA BLOGOSFERA

Caros Confrades, princesa Branca de Neve.

Parece que temos tido uma boa aceitação na blogosfera. Digo isto porque, num blog que não fez de nada para ser conhecido, conta já com vários visitantes externos (que não sabemos quem mas sabemos de onde são) que mais dia menos dia, estão sentados conosco a deliciar um maravilhoso petisco. Até temos visitas internacionais!

No dia 15 de Fevereiro ocorreram 21 visitas e 45 exibições de página.

Passo a descrever a lista dos locais das visitas:
  • Monte Das Ferrarias
  • Sintra
  • Elvas
  • Casais De São Brás
  • Moscavide
  • Madrid
  • Alvaro
  • Biscaia
  • Ciborro
  • Suceava (alguém sabe de onde é esta cidade?)
  • Montemor-o-Novo
  • São Domingos Da Ordem
  • Gångholmen (Noruega)

Vamos continuar a informar os nossos Confrades destas situações.

Cordiais Saudações!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Esquema de votações PETISCOS TOP 10

Como foi definido há alguns dias atrás, decidimos avançar com a ideia dos PETISCOS TOP 10.
Para já encontra-se a votação o primeiro petisco, o de dia 9 de Fevereiro, no qual compareceram alguns confrades petisqueiros que confraternizaram ao seu bom estilo (acompanhados de alarvidades suficientes para rir até às lágrimas... B. de N.).

A classificação a atribuir a cada um dos três pratos apresentados (Pézinhos de Porco, Cabidela de Galinha e Pombo em Molho de Bife) para este petisco deverá seguir a seguinte escala.

  • lendário
  • utópico
  • mágico
  • mítico
  • colossal
  • titânicoso
  • berbo
  • genial
  • magnífico
  • brilhante
  • fenomenal
  • formidável
  • excelente
  • bom
  • razoável
  • inadequado
  • fraco
  • mau
  • terrível
  • desastroso

Os confrades que estiveram presentes, devem enviar para o mail da Confraria do Petisco (confrariadopetisco@gmail.com) a vossa votação, por prato. O resultado das votações, para ser o mais claro possível, vais ser apresentado segundo a média das votações de cada iguaria. Desta forma estejam quatro ou mais representantes, o resultado não fica denegrido. Deliciem-se!


Cordiais Cumprimentos

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

PETISCO DE DIA 9 FEV / SEXTA FEIRA

Informamos todos os interessados que o primeiro petisco, para votação, foi-nos proposto pelo Bracinho, em A. do Mato. Decorrerá esta sexta feira, dia 9 de Fevereiro de 2007, à hora do petisco.
Acontece neste dia da semana porque já era hábito ocorrer às sextas. Sabemos que nem todos os confrades têm disponibilidade neste dia, mas pela maioria, é este o dia mais desejado. (aceitam-se reclamações nos comentários, desde que apresentem propostas construtivas)
A iguaria, segundo o próprio proponente referiu, é "uma m...... qualquer diferente", ao seu bom estilo de taberneiro. Aguardamos ansiosos por esta surpresa.
As incrições estão abertas, podendo todos os dignos petisqueiros confirmar presença, deixando o seu comentário neste post.

Logotipo da Confraria do Petisco


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

QUEM ARRISCA?

CANEJA DE INFUNDICE DA ERICEIRA
Raridade Gastronómica da Ericeira
Finalmente a receita. Tem tanto de curiosa como de perigosa.

Quem arriscava numa coisa assim?

Nota: A caneja, também designada por "pata roxa" ou "pinta roxa", é um peixe com o qual se confecciona na Ericeira um petisco único no país e não aconselhável a palatos sensíveis, constituindo assim uma raridade gastronómica. A dimensão ideal da caneja ronda os 60 cm.


Tira-se a pele da caneja, corta-se em postas presas ou ligadas pelas barrigas ou ventrejas, lavando-se (de preferência com água do mar limpa), salpicando-se com um pouco de sal, embrulhando-se numa serapilheira (com trapos brancos entalados nos cortes das postas) e colocando-se a curtir em sitio escuro e fresco durante cerca de 8 a 15 dias (de preferência entre Outubro e Março).


Coze-se em água com sal.
É acompanhada com batata cozida com pele, cortada ao meio e temperada com azeite.
Quando bem curtido, o peixe apresenta reflexos de madrepérola.
O azeite torna-se branco em contacto com a caneja cozida e esta exala um acentuado travo amoniacal que provoca a oclusão das fossas nasais no céu da boca.


Acompanha-se com vinho tinto, o qual, por pior qualidade que tenha, fica com um sabor adocicado como se se tratasse de um vinho adamado.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

PETISCOS TOP 10

Caros confrades do petisco.

Chegou a hora da decisão.

Isto hoje parece um discurso de chefe de estado, mas não é.
Vivemos tempos de eleições, de todo o género, do que os portugueses consideram que é verdadeiramente importante. Não digo que discordo, que concordo, não é para aqui chamado, mas, acho que está na moda e está um pouco exagerado, tanta votação de repente. Ainda acabamos por baralhar tudo e votar na Mariza Cruz para Maravilha de Portugal (não era desfasado de todo) e na Diana do Templo de Évora para os Melhores Portugueses.

Estão a votos os 10 Melhores Portugueses de sempre. Encontram-se a votos as 7 Maravilhas do Mundo. Também a voto estão as 7 Maravilhas de Portugal. Sempre a votos os Zé Marias nos Big Brother´s. Constantemente há votos a mulheres, carros, clubes, jogadores, cães, gatos e pintassilgos também têm votos certos.

Temos que reflectir, aqui entre amigos. O que nos interessa a nós? A resposta será unanime, certa, clara, fácil e sucinta.
A nós interessam-nos PETISCOS!

Proponho então criar um Top 10 de petiscos no nosso concelho, e fora dele, se assim o entendermos. O PETISCOS TOP 10, se concordarem, funcionará de forma simples e organizada. Deixarei um conjunto de argumentos para a determinação de tão saborosa tabela de qualidade.

1 – Os petiscos podem ser de qualquer categoria: carne, peixe ou vegetarianos;
2 – O local do petisco deverá ser anunciado antecipadamente por qualquer membro deste clã, designando o sítio;
3 – Os petiscos deverão ocorrer às sextas-feiras, como de costume, em hora a acertar. (caso aconteça ser noutro dia da semana, o mesmo deve ser anunciado com antecipação razoável neste espaço);
4 – Numa semana em que não aconteça o momento do petisco (quorum 4 pessoas), este passará imediatamente para a semana seguinte;
5 - Os mesmos petiscos, podem ser saboreados de forma sóbria ou embriagada, dependendo do estado de espírito de cada elemento;
6 – A confecção dos petiscos fica ao critério do taberneiro, devendo os elementos, desta nossa confraria, solicitar unicamente os melhores petiscos da casa;
7 – Não devemos saborear petiscos importados, mantendo assim a originalidade da nossa cultura (excepto se o petisco tiver Denominação de Origem Protegida);
8 – Sempre que o momento do petisco existir, este só é válido para votação, se o mesmo for anunciado no nosso blog de partilha de informação;
9 – Toda e qualquer degustação deve ser sempre acompanhada de alarvidades suficientes para rir até às lágrimas;
10 - ...

Estes são alguns dos pontos que proponho para este nosso PETISCO TOP 10. Está aberto a discussão. Aguardo propostas da vossa parte para serem analisadas e acrescentadas à listagem.

Cordiais saudações.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

RECUERDOS DE NAVIDAD

Num dia de “recuerdos de navidad”, perdidos pelo que nos movia (convite do amigo www.mariodimoita.com) a caminho do baile dos reis (de segunda idade e mais um bocadinho, mas reis) tivemos a triste ideia de jantar a meio caminho.
Entrámos na adega do engenheiro, à procura da graça que caracteriza o lugar, e logo nos primeiros passos embebidos de tinto que escorria pelo chão, encontrámos na casa/adega vazia de clientes, um típico “adegueiro”.

Passo a resumir o palavreado que houve.

“Adegueiro” – Tão!
Nós – Boa Noite, dá para jantar?
“Adegueiro” – Quantos são?
Um de nós – Quatro.
O “adegueiro” virou-nos costas e entoa a sala com um berro – Amélia, quatro para jantar!
Ouvimos do fundo da cozinha num tom nada delicado – Quatro??? Às nove e um quarto???
Claro que saímos imediatamente da adega e à entrada para o carro, aparece-nos a tal Amélia, à porta, dizendo – Ai agora que os vinha receber viram as costas. (isto numa voz estridentemente mouranisca). Escusado será dizer que nem recebeu resposta. Escusado será comentar que ficámos “magnetizados” com a arte de bem receber.

Acabámos por “pipear” um excelente Bacalhau Espiritual, razoavelmente servido, e acompanhado por umas “botellas” de EA na boa companhia de um ex-taberneiro amigo, cheio de histórias lá da terrinha.
Estava para lá um triste a tentar incomodar, já cheio de macadame até à fuça. Entretanto terminámos a janta, saímos, e ficámos sem a experiência de ver a mulher do tal triste a ir buscá-lo ao café (pelos vistos acaba sempre por acontecer), de pijama e embrulhada num roupão, como nos foi contado antecipadamente durante o petisco. Belo Petisco.

Chega então a história do PETISCO, que já cantava feliz na barriga, e da CARA DE ESTÚPIDO. Reza a história que têm “boa cara e ruim coração”, os da margem de lá do Guadiana. Ora, de boa cara, aquele que nos saiu na rifa, não tinha nada, de coração, nem nos interessa, só sabemos que esteve a meio metro de levar umas valentes orelhadas. Só queríamos beber um digestivo bacardi cola e uns moranguitos, para arrematar a fartadela, mas existe sempre um, ou mais, tristes que muito mal recebem nestes locais simples, de gente simples, de aspecto simples, de cabeças simples, que só acabam por descomplicar a explicação do estado de ruína, de abandono e de desertificação que tal vila se encontra. (na opinião de Marco Paulo, conforme comentou certo dia, esta vila é: “A cidade mais bonita de Portugal”)

Pareceu-vos que a história ficou a meio? Não, foi mesmo de propósito. Quem desejar mais informações sobre estas histórias, é simples. Comece a acompanhar connosco no petisco!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

PETISCO COM CARA DE ESTÚPIDO

Quem se arrisca a escrever esta?
Lembram-se?
Aconteceu no dia de reis...
Para já vou deixar a receita..
do petisco que animou a festa.


BACALHAU ESPIRITUAL (rendimento: 6 pessoas)

Ingredientes

- 1 kg de lascas de bacalhau demolhado
- 2 cenouras grandes
- 3 cebolas grandes
- 2 pãezinhos embebidos em leite
- 1 litro de leite
- 6 colheres de sopa de farinha de trigo
- 2 colheres de sopa de manteiga
- Azeite, manteiga, sal, noz moscada e queijo ralado a gosto

Modo de Fazer:

Passe pelo triturador as cebolas e cenouras e leve-as a dourar em azeite e manteiga.
Separadamente, faça o mesmo processo o bacalhau e os pãezinhos e misture-os.
Faça um creme misturando homogeneamente o leite frio, a farinha, a manteiga e as gemas, temperando a gosto com sal e noz moscada. Coloque em fogo brando e deixe engrossar mexendo sempre.

Divida o creme pronto, em 2 partes, misturando numa das partes a cenoura e cebola, coloca-se num pirex. A outra metade misture no bacalhau e pão. Recobrindo a anterior mistura já no pirex.
Polvilhe com queijo ralado e manteiga e leve ao forno alto, por ½ hora.

E esta hein!

IMPROVISO ou GENIALIDADE?

Um petisco surge sempre que um homem quer. Não é o Natal, passagem de ano, carnaval, páscoa, finados, férias, casamentos ou baptizados, jogo de futebol, passeio todo terreno, visita de estudo, aniversário da mulher, da mãe, da sogra ou mesmo do periquito que vai atrapalhar um belo momento de petisco. No momento do petisco, ainda podemos ser surpreendidos.
Por exemplo, pode acontecer, numa casa aberta em Reguengos de Monsaraz desde 1914, na qual existe um indivíduo, descendente dos fundadores, tido como “Grão - Mestre do Petisco”. É apontado pelos melhores especialistas como fenomenal na arte de elaborar e confeccionar as mais diversas variedades de tapas e de petiscos. Claro que tal só é possível na bela companhia de copo infindável de tinto.
Desde sempre este espaço foi local de grandes petiscadas, por parte dos senhores feudais e dos génios que a terra criava, dos políticos e artistas, dos homens de negócios e banqueiros, de forcados e cavaleiros e outros, de casais e namoros, etc. Alguns elementos do nosso grupo do Petisco só agora descobriram este poiso, no qual, e retomando a conversa “ainda podermos ser surpreendidos no petisco”. Digo isto somente pela experiência tida numa quarta feira, dia que ninguém desconfia, acompanhado por amigos, não nos decidíamos de entre os pratos apresentado à vista qual escolher. O “Grão – Mestre” acabou com as indecisões e dizendo que ia preparar “qualquer coisa” para nós, refugiando-se no seu “atelier de cheiros e sabores”. Minutos depois regressou com um prato de apresentação fraca, mas despertou alta curiosidade, nem que fosse pelo alto teor de colesterol. Passo a apresentar o petisco: uma valente fatia de pão frito, camuflada por uma fatia de paio alentejano também ela frita, e tudo isto, montado por um bruto ovo estrelado. É ou não é um prato de colesterol puro? Mas digo-vos, e espero que seja autenticado por quem foi presenteado por este petisco desconhecido, até hoje por nós, foi de um sabor óptimo para acompanhar o líquido tinto que nos regava a goela.

Ainda nesse dia, alguém disse ao "Grão - Mestre": “Você tem mau feitio, mas é um excelente cozinheiro”; ao que ele retrucou: “está enganado, eu sou uma excelente pessoa, mas um péssimo cozinheiro". Afinal a modéstia fica sempre bem.

Trata-se de IMPROVISO OU GENIALIDADE?

sábado, 27 de janeiro de 2007

PETISCO FEMININO


BENVINDOS

Olá Caros Amigos,

Finalmente surge o BLOG DO PETISCO, há muito ambicionado e esperado por todos nós, os adeptos deste “desporto” de taberna. Todos os dias surgem novos simpatizantes, novos aderentes, boas companhias, boas amizades, novas bebedeiras.

É no final da tarde que acontece este momento, mas quase sempre se prolonga pela noite dentro e, habitualmente, é frequentado apenas por elementos masculinos, pois não é compreendido pelo sexo oposto. Claro que miúdas, mulheres, cotas e velhas seriam bem-vindas mas, insistem em não assimilar o motivo que leva tanto interesse em frequentar a hora do petisco.

Petisco significa: comida saborosa, gulodice; pitéu.
Petiscar significa: comer um pouco para provar; provar; saborear; comer com pouco apetite.

Como é sabido por todos, os sinónimos não se restringem somente aos encontrados no dicionário, o petisco, ou a hora do petisco, no nosso vocabulário é um momento de descontracção e discussão, de gargalhadas e zaragatas, de copos e fartadelas, de segredos e partilha, de amizade e política, de trabalho e hobies, de carros e mulheres, de casamentos e divórcios, de futebóis e batotices, de vinhos e de cervejas, e claro, de petisco.

A partir de hoje conto convosco, caros amigos, para usarem e abusarem do BLOG DO PETISCO, onde podemos aprender, entre vastíssimas coisas, a cozinhar belas petiscadas, a combinar folias, a imortalizar experiências, vivências e todas as aventuras que só nós sabemos que ocorrem, que só nós compreendemos e, que só nós sabemos dar uma valente gargalhada à conta de tais fenómenos.

Emoldura esta conversa, uma ténue tonalidade tinta suave, deixa nódoa de cor rubi, apresentando um aroma frutado, bastante consistente e originário das castas piriquita, roupeiro e rabo de ovelha. Deve acompanhar pratos de carne, carregados de colesterol, ou cilarcas, espargos, trufas e azeitonas da época, temperados e confeccionados com muito boa disposição e na melhor companhia.

BONS PETISCOS